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O Papel do Terapeuta Ocupacional no Tratamento da Seletividade Alimentar

  • Foto do escritor: Andréa Fernandes
    Andréa Fernandes
  • 13 de jan.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 17 de jan.

A seletividade alimentar é uma preocupação crescente entre pais, especialmente de crianças neurodivergentes, como aquelas com transtorno do espectro autista (TEA), transtorno de processamento sensorial (TPS) ou outras condições do desenvolvimento. A terapia ocupacional tem sido amplamente recomendada por neuropediatras e outros especialistas devido ao seu enfoque na integração sensorial e nas habilidades de alimentação, promovendo

mudanças significativas na relação da criança com os alimentos.


O Que é Seletividade Alimentar?

A seletividade alimentar é caracterizada por uma recusa persistente de experimentar novos alimentos, uma aceitação limitada de texturas ou sabores, ou uma dieta restrita a um pequeno grupo de alimentos preferidos. Essa condição vai além de gostos alimentares, podendo afetar a nutrição, o desenvolvimento e o bem-estar da criança.


Causas Comuns de Seletividade Alimentar:

  •  Hipersensibilidade sensorial (textura, cheiro, sabor).

  •  Ansiedade ou experiências negativas relacionadas à alimentação.

  •  Dificuldades motoras orais, como mastigação e deglutição.

  •  Padrões rígidos de comportamento, comuns em crianças neurodivergentes.



Por Que a Terapia Ocupacional é Indicada?

A terapia ocupacional é uma abordagem multidimensional que aborda as causas subjacentes da seletividade alimentar, considerando aspectos motores, sensoriais, emocionais e comportamentais.


Intervenções do Terapeuta Ocupacional:

1. Integração Sensorial:

Identificação de hipersensibilidades sensoriais relacionadas a texturas, cheiros ou sabores.

Exposição gradual e segura a novos alimentos, utilizando jogos sensoriais para promover aceitação.


2. Habilidades Motoras Orais:

Trabalhar a mastigação e a deglutição por meio de exercícios que fortalecem os músculos da face e da boca. Introduzir diferentes consistências alimentares de forma progressiva.


3. Estratégias Comportamentais:

Criação de um ambiente alimentar positivo e estruturado, diminuindo a ansiedade durante as refeições. Uso de reforços positivos para incentivar a aceitação de novos alimentos.


4. Intervenção Familiar:

Orientação aos pais sobre como lidar com a seletividade alimentar em casa. Ensinar estratégias para reduzir conflitos durante as refeições, como respeitar o ritmo da criança e introduzir novos alimentos sem pressão.


5. Intervenções Lúdicas:

Uso de brincadeiras e jogos com alimentos para tornar a experiência mais divertida e menos intimidadora. Atividades como tocar, cheirar e brincar com alimentos antes de experimentá-los.



O Que Esperar do Tratamento?

O processo de tratamento com um terapeuta ocupacional é gradual e respeita o ritmo da criança. Os objetivos principais incluem:

  • Ampliar a variedade de alimentos aceitos.

  • Reduzir a ansiedade e o estresse associados à alimentação.

  • Melhorar a nutrição e a qualidade de vida da criança e da família.


Por Que os Neuropediatras Recomendam a Terapia Ocupacional?

Os neuropediatras indicam a terapia ocupacional para crianças com seletividade alimentar porque ela oferece uma abordagem integral, capaz de abordar as múltiplas dimensões dessa condição.

Além disso, o terapeuta ocupacional trabalha em colaboração com outros profissionais, como

fonoaudiólogos e nutricionistas, garantindo um plano de intervenção multidisciplinar.



Conclusão:

A seletividade alimentar pode ser desafiadora para crianças e suas famílias, mas o trabalho do terapeuta ocupacional é essencial para promover mudanças positivas. Com uma abordagem personalizada, lúdica e inclusiva, é possível transformar a relação da criança com os alimentos, promovendo mais autonomia, saúde e bem-estar.



Referências


1. American Occupational Therapy Association (AOTA). "Occupational Therapy’s Role in Addressing Feeding and Eating Challenges." Disponível em: AOTA

2. Kranowitz, C. S. The Out-of-Sync Child: Recognizing and Coping with Sensory Processing Disorder. 2005.

3. Revista Brasileira de Terapia Ocupacional. "Intervenções Ocupacionais para Seletividade Alimentar." SciELO

4. Sensory Integration International. "Sensory-Based Interventions in Feeding Disorders." . PubMed

5. Sociedade Brasileira de Pediatria. "Guia Prático sobre Seletividade Alimentar."


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